cenário: churrasco. ação: despedida de um amigo francês que retorna à pátria depois de longos anos brasileiros. personagens: casais, quase todos, à exceção de três ou quatro rapazes desacompanhados. distinção dupla: a primeira, homens de um lado _ ao redor da churrasqueira _ e mulheres do outro _ em frente à porta da cozinha; a segunda _ namoradas dos estagiários de um lado e senhoras casadas com filhos do outro.
e eu nisso tudo? apesar de ter quase a mesma idade das namoradas dos estagiários, e apesar de achar que conversas masculinas são em geral mais produtivas que conversas de donas-da-casa, foi junta dessas, das donas-de-casa que passei o churrasco inteiro. e foi somente junto delas que me diverti. todas as outras pessoas me pareceram demasiado aborrecidas, com suas estórias emocionantes e seus planos futuros mirabolantes. perdi, de vez, a paciência. coro com nelson rodrigues: "jovens, envelheçam!"
mas, o que isso quer dizer? estarei eu velha, enfim? incorporei eu a persona da dona-de-casa suburbana-classe-média, enfim? perdi eu de vista a pessoa que eu costumava ser pouco tempo atrás? talvez, talvez e talvez. não estou bem certa.
a questão é: se qualquer das indagações acima constitui uma verdade, ou ainda todas elas, não me incomodo nem um pouco.
pelo contrário. sinto mesmo é um grande dum alívio.
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3 comentários:
Então... viva!
Mesmo sendo cronologicamente velho, eu não passo de um jovem aborrecido com planos futuros mirabolantes. Me faltam as estórias emocionantes, entretanto. Minha biografia seria remédio certificado contra insônia.
mythus _ viva né? ou não?
tautologico _ tenho sérias dúvidas quanto a isso. penso cá comigo que deves guardar segredos incríveis do teu passado só pra tu :p
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