domingo, 15 de abril de 2012

sobre o tempo. e sobre a alegria e a tristeza. e sobre refúgios.

Fazia um tempo que não acontecia.

Muito tempo na verdade.

Então aconteceu essa semana.

Vontade de voltar aqui e abrir meu coração e chorar minhas pitangas como de hábito.

Sendo que dessa vez eu nem tenho tantas pitangas assim pra chorar.

A vida mudou.

Muito.

Mudou é pouco.

Deu cambalhotas várias nos últimos cinco anos.

Cambalhotas para o bem, deixa eu esclarecer.

Coisas boas aconteceram.

Coisas boas é pouco.

Revoluções aconteceram.

E eu me sinto mais feliz, mais em paz, mais viva, mais acordada agora do que há cinco anos atrás, quando eu vinha aqui abrir meu coração e chorar minhas pitangas por estar longe de casa, longe dos queridos, longe do mundo, longe do que eu sonhei pra mim mesma.

Eu diria que eu estou bem, enfim.

E isso de alguma maneira torta me fez perder a vontade insana e visceral de escrever aqui (abrindo o coração, chorando as pitangas, coisa e tal).

Questão é – essa semana eu tive a vontade insana e visceral de novo.

E eu nem sei explicar por que.

(Certo. Eu tenho pistas. Eu descobri um blog do qual eu gostei e que me lembrou de mim mesma no tempo das pitangas choradas aqui. E eu me senti triste. Incrivelmente triste num momento tão absurdamente feliz. Também por causa desse blog, mas não inicialmente. Mesmo assim, apesar das pistas, continuo sem por quês definidos.)

E aí me deu quase saudade.

Quase.

De um tempo em que eu tinha muitos motivos pra me sentir triste e chorar.

Porque, ora bolas, a verdade é que agora eu não tenho.

Mas eu me sinto triste e choro com mais freqüência do que eu sou capaz de tolerar mesmo assim.

Eu sei que parece não fazer nenhum sentido.

É só que eu precisa escrever isso aqui. Porque, e isso não mudou, somente escrevendo eu consigo entender o que se passa comigo.

A escrita, esse antigo e querido e confortável refúgio.

Ainda bem.