sexta-feira, 22 de julho de 2005

Mais de um mês desde o último post. Muita coisa aconteceu, e é claro que não dá pra comentar tudo, por isso vou tentar fazer um resumo dos fatos mais marcantes.

Junho foi um mês de festas na escola de João. Festa junina, muitos aniversários, apresentação da turma da ginástica olímpica. João, claro, participou de tudo. E nós, claro, estivemos presentes em quase tudo. A festa junina foi linda e tudo, mas a turma de João não dançou uma quadrilha e eu estranhei. Dos milhares de aniversários eu cansei um pouco: comprar presente, escrever cartão, ir deixar, ir buscar.

Em um deles João foi vítima de um troço bizarro que eu só descobri o que era um dia desses: bullying; isso mesmo que você pensou, caro leitor: ele foi agredido física e verbalmente por crianças mais velhas. Quando ele nos contou, tive um ataque de desespero. Chorei por horas e me perguntei o que deveríamos fazer. Depois de muita discussão e conselhos de outras mães, decidimos que o melhor seria que a escola ficasse sabendo de tudo, antes de tomarmos qualquer atitude mais, digamos assim, drástica. A escola nos ouviu e garantiu que a vigilância seria redobrada. Combinamos com João que sempre que acontecesse algo errado ele contaria à professora, à coordenadora e a mim e que nenhuma de nós jamais revelaria que ele havia delatado os agressores. Fiquei um pouco mais calma, mas não com menos raiva das pestes que chutaram e xingaram meu filho. Sempre que penso no assunto tenho vontade de espancar cada uma das pestes. Mas sei que não é assim que as pessoas civilizadas resolvem as coisas. E eu sou uma pessoa civilizada, certo? Ou não?

Aí, finalmente nos mudamos da casa problemática. Uma trabalheira só, e eu não arrumei nem um décimo das coisas ainda. A mudança foi feita do sábado para o domingo e, mais ou menos sem querer, deixamos algumas coisas importantes dormirem na casa quase vazia. Não deu outra: arrombaram a casa pela terceira vez e levaram meu som portátil e meu computador caquético porém querido, com todos os meus textos, músicas, fotos e filmes dentro. Detalhe básico: eu nunca fiz um back-up sequer em toda a minha vida...

Mas como tragédia que é tragédia nunca vem sozinha, João, na última semana de aula, trombou com um menino na escola e abriu a cabeça. Só não foi pior porque era o dia da reunião de pais e eu estava lá, junto com todos os pais e professores que felizmente correram pra nos socorrer. No fim das contas e feitos todos os exames não foi nada grave, o que não significa que foi pouca coisa. Ele perdeu muito sangue, e sangue sempre assusta e traumatiza; desmaiou duas vezes e eu pensei que ele fosse morrer. Levou só três pontos, mas ganhou uma cicatriz horrenda. E eu confirmei minhas suspeitas de que essa criaturinha veio ao mundo pra testar a resistência do meu coração de mãe.

Dia 2 chegamos em João Pessoa. Nosso vôo foi péssimo, pelo menos pra mim, que detesto voar. Eu sei, eu sei, enjôos e turbulências fazem parte do pacote, mas eu jamais me acostumarei com qualquer dos dois.

Nossa vidinha na capital paraibana não poderia ser melhor: praia, piscina, piscina, praia. Almoçar com os quarenta membros da família reunidos, cair na farra com os amigos queridos, fazer turismo de brincadeirinha só pra rever lugares adorados , comer comidinhas que só encontramos aqui e tirar um monte de fotos sem noção com todo mundo. Como se não bastasse, ganhar duas festas de aniversário badaladíssimas e divertidérrimas e um monte de presentes bacanas demais. Será que o paraíso é aqui, hein?

Sim, eu tenho visto filmes. Filmes de super heróis, basicamente, já que entre os últimos estavam Batman Begins e Quarteto Fantástico. Empolguei-me com ambos. Perdoem-me. É que eu sou mãe de um menino de seis anos. Vocês imaginam como é que é, né?

Sim, eu tenho ouvido músicas. O acervo da minha mãe não é lá essas coisas, mas tem muito Chico Buarque e Quinteto Violado. E minha amiga-irmã Lumy (que teve a audácia de viajar, só por uns dias, é verdade, pro Rio com Gio em João Pessoa!) me deixou a case dela, recheada com todos os cds de The Cramberries, Radiohead, Red Hot Chili Peppers, The White Stripes e do mais que maravilhoso Nando Reis. Pra equilibrar a balança, João ganhou do meu primo Silvinho o cd com a trilha do Cavaleiros do Zodíaco. Não, meu ouvidos não merecem isso, mas eu tenho que confessar que senti saudades do tempo em que eu amava Seya e queria ser Saori.

Sim, eu tenho lido livros (e um monte de revistas também). Comecei aqui "Os Funerais da Mamãe Grande" de Gabriel Garcia Márquez, por indicação do meu querido Luís Carlos e "Mothern ¿ Manual da Mãe Moderna" de Ju e Laura (chequem no link da coluna ao lado), presente dos meus queridos Bruno e Dina.

Sim, eu estou feliz pra caramba, embora sinta falta de dividir essa felicidade com Guiom. Se eu fosse citar todas as pessoas queridas que encontrei, esse post não passaria de uma lista gigante de nomes. Mas não posso deixar de destacar minha enorme alegria em rever Patrícia e Fabien, que estão mudando da Guiana Francesa pra Natal, e minha enorme alegria em conhecer pessoalmente Paula, Sylvia e Pops. Agora só falta Manu, tomara que a gente consiga se encontrar antes de voltarmos as duas pros cantos em que estamos morando por enquanto.

Pra fechar, tem que ser com João, claro. As duas tiradas são de ontem à noite:

- Eu gosto mais de andar de avião do que de carro. Quer dizer, andar de avião não, que avião não é ambulante. É voante.

- Mamãe, guardanapo de papel é descartável, né? Mas o porta-guardanapos, não. Ele é cartável.