terça-feira, 20 de setembro de 2005

Depois de ouvir um monte de reclamações de varias partes do mundo, decidi que era hora de perder um pouquinho de tempo atualizando meu blog. Criei coragem e me inscrevi em três concursos públicos. Depois criei um pouco mais de coragem e comecei a estudar de verdade. Pronto! Acabou-se todo o tempo livre que eu tinha e que reclamava tanto por ter! Mas como muitas coisas bacanas aconteceram nos dois meses que separam esse e o post anterior, eu vim aqui conversar um pouquinho com vocês.

Primeiro de tudo: leitores fantasminhas começaram a se manifestar. E é claro que achei isso o máximo! Leitores fantasminhas todo blog tem os seus. Ter um contador de visitas é legal e é chato por que você vê que um monte de pessoinhas entraram lá e leram sua saga (como disse uma vez minha amiga Larissa) mas você não faz idéia de quem são. É claro que a gente sempre conhece um ou outro leitor fantasminha e o mais legal de tudo é de vez em quando descobrir um leitor fantasminha novo. Esses dias descobri alguns. Fiquei feliz, mas isso me fez pensar no assunto. Uma vez Túlio disse que o chato de você não saber quem te visita é que você não pode agradecer as visitas. Concordo. Mas acho que o pior de tudo é algo que Bruno observou certa vez: quanto mais cresce o seu publico leitor, menos liberdade editorial você tem. E se você sabe que seu publico leitor cresceu, mas não sabe quem faz parte dele, sua liberdade fica mais restrita ainda. Não, esse não é um apelo pra que os leitores fantasminhas saiam da sombra. De medico, bruxo, louco e voyeur, todo mundo tem um pouco, e ficar na sombra é um direito que você, você mesmo, querido leitor fantasminha, tem e sempre vai ter, disso não abro mão. Esse é apenas um aviso: eu não sei quem você é, e como aqui eu digo o que eu quiser, às vezes você pode se decepcionar.

Segundo de tudo: as férias foram boas demais mas voltar representou uma bela surpresa pra nós (bem, pra mim, pelo menos). Percebi que eu até gosto de Campinas e que estar aqui de novo não é de todo ruim. Em Campinas estão os novos amigos que fizemos desde que chegamos; em Campinas está a nossa casa nova, que, depois de devidamente arrumada, ficou linda de morrer; em Campinas estão todos os restaurantes, lanchonetes, bares e botecos que freqüentamos e adoramos; em Campinas estão também a Escola do Sitio, a Padaria Alemã, a Fnac e mais um monte de outros estabelecimentos que tornam a vida da gente nessa cidade muito mais fácil.

Uma semana depois que chegamos passamos um final de semana muito agradável com nossos queridos amigos Aline e Carlos Feller. Bebemos barris de cerveja, comemos feijoada e churrasco até empanturrar, ouvimos e contamos boas estórias, vimos e tiramos boas fotos e nos divertimos horrores! Ainda em agosto fizemos um programinha meio infantil (afinal é preciso agradar os pequenos também, não é verdade?), mas muito interessante: visitamos o zoológico de Itatiba, uma cidade perto daqui. O parque é muito bonito mesmo, especializado em aves raras do mundo todo (mas com outros bichos também, pra alegria de João, que se apaixonou por seu primeiro tigre-de-bengala) e permite que você faça uma boa caminhada pra conseguir ver tudo. Se um dia vocês estiverem à toa na vida pelo interior de São Paulo, eu recomendo.

Bom, finalmente setembro chegou e logo no dia cinco chegaram da França minha cunhada Delphine e sua amiga Amandine. Não deu outra: férias de novo! Fomos até Paraty com elas, mas infelizmente não ficamos mais que um dia lá por conta do temporal que cismou de cair bem na hora que a gente chegou... Mesmo assim, deu pra caminhar um pouco pelo centro histórico da cidade, que é conservadíssimo e mais que emocionante. De lá pegamos a estrada de novo rumo ao Rio e ficamos quatro dias ótimos por aquelas bandas. Passeamos e passeamos, vimos e revimos pontos e parentes queridos da cidade. Voltamos pra Campinas e as meninas foram ver as cataratas em Foz do Iguaçu. Três dias depois voltaram e todos juntos fomos passar o ultimo sábado em São Paulo, passeando pela Avenida Paulista e pelo bairro da Liberdade. Uma montanha de fotos, claro, que depois mostro a todo mundo.

Alguns filmes bons, outros nem tanto. O ultimo foi médio. "Eterno Amor" (Un Long Dimanche de Fiançailles / França / 2004) de Jean-Pierre Jeunet, o mesmo diretor de "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain". Como bem observou meu amigo Andrei é legalzinho, mas procura repetir a formula de Amelie, aí perde um pouco a graça. Assistam, mas não esperem um filme arrebatador.

Guiom trouxe da França pra mim um cd que me fez chorar dezenas de vezes. É o novo trabalho do multi-instrumentista bretão Yann Thiersen, que eu já conhecia e já amava. Esse trabalho porém tem uma carga de nostalgia tão grande que me comove e me desarma totalmente. Não é um cd bom. É um cd perfeito. Depois de ouvi-lo tive certeza de que numa outra vida eu já fui bretã como ele. Registrando: Yann Thiersen - Les Retrouvailles. Pelamordadeusa, ouçam!

Não tenho lido quase nada de ficção ultimamente. Muita coisa pra ler para os concursos. Mas semana passada ganhei "Extensão do Domínio da Luta" do francês Michel Houellebecq, considerado por muitos o melhor escritor europeu da atualidade. Guiom e Andrei adoram o cara, e falaram tanto dele que resolvi ler também. Ainda nem comecei, mas quando terminar faço um resumo pra vocês.

João conseguiu a façanha de perder quatro dentes em dois meses. Resultado: uma janela gigantesca e uma dificuldade maior ainda pra comer. Ultimamente a escola dele tem promovido uns debates sobre consumo, lixo e reciclagem. Agora ele se acha "o entendido" no assunto, e vive dando lições de moral na gente. Legal a idéia e tudo; mas levar bronca de João é, definitivamente, um saco.

PS: nesses últimos tempos descobri que não há nada melhor do que ter um cavaleiro medieval por perto ;)