quarta-feira, 20 de setembro de 2006

oi quadrado querido!

mi, era dia de email coletivo sim, mas eu sou uma relapsa e nem escrevi. importante é que eu tou escrevendo agora né? pois.

então, meu fds foi um caso sério. porque fds é tempo de descanso né? mas aí a socialidade né? é uma coisa importante na vida das pessoas. e eu voltei sexta de são paulo, mortinha da silva, às 4 da tarde e às 8 tava na estrada de novo, voltando pra lá, pois sim, que guiom fez amigos novos lá e eles convidaram a gente pra jantar. mas, era de noite, fica ruim de ver as placas e o mapa e a gente se perdeu feio naquela cidade gigante e vimos polícia prendendo bandidos com direito a tiros e tudo, foi uma emoção só. resultado: chegamos tardérrimo no tal jantar, joão tava apavorado, guiom uma pilha e eu um bagaço. daí tentei ser simpática com os amigos novos, claro, que eu achava que eram todos portugueses. mas nem eram. tinha um chileno, um italiano e um polonês e a minha cabeça tava lenta lenta e meu inglês|francês|alemão|espanhol não tava funcionando muito bem. enfim. legais as pessoas, mas não consegui conversar muito. juro que tentei, mas nesse dia não deu.

por causa disso chegamos em casa quase de manhã e eu continuei mortinha da silva o resto do fds. e tinha pilhas de livros e textos pra estudar que os meus trabalhos finais das disciplinas desse semestre estão meio mirabolantes. são três: uma de historia do teatro, outra de crítica cultural e outra de educação-cultura-comunicação-linguagem. pessoas, vocês não têm a menor noção do quanto esse troço é puxado. saca um nível de exigência além das suas capacidades? pois saquem. e ainda tem essa de escrever monografias monstruosas pra cada uma no fim do semestre. problema é: tem uma que acaba semana que vem! e eu tou arrancando metade dos meus cabelinhos. essa que acaba semana que vem foi a aula de hoje; aí a anta que vos escreve inventou de fazer um comentário metido sobre umberto eco na aula e se fudeu (foi mal o palavrão, mas é isso); professor encasquetou que minha própria monografia dessa disciplina vai ser uma viagem qualquer sobre a polarização apocalípticos x integrados. sacam? fudida. totalmente. ler aquele livro indecifrável. e escrever sobre isso. alguém aí me salve por favor.

pra compensar o choque (mulher TEM que compensar o choque né? TEM que), entrei no primeiro brechó que surgiu no meu caminho e comprei três vestidos. tá, eram lindos. tá, eram baratos. mas precisava? não né? mas eu TINHA que. entendem né? eu sei que sim. agora tou com dor na consciência e no bolso, que é bem pior..

e chove. nunca chove nessa terra, mas, quando chove, a pessoa jura que é o dia do juízo final. aí duas semanas atrás foi o dia mais frio do ano, sensação térmica de 3 graus. semana passada fez 40 e agora deve estar nuns 18. e a saúde da pessoa indo pro brejo direto sem escalas que não haá ser humano nessa galáxia que agüente essa palhaçada climática.

falando em saúde, minha ginecologista suspeita que eu esteja com endometriose. por favor, não contem à minha mãe que eu sou filha única e ela é velhinha. mas eu tou com medinho. medo mesmo não, medinho só. e tem as espinhas. que não me abandonam jamais de la vie. e minha dermatologista fala que são os hormônios malucos por causa da possível endometriose e eu fico nessa. já tou no quinto remédio pra acne desse ano. e isso sem contar a parafernália de pílulas e géis e loções e cremes e protetores que eu tenho que passar todo dia o dia todo. pareço uma maluca no banheiro da puc no meu ritual de beleza depois do almoço. é tragicômico.

ah, esse fds eu vi dois filminhos legais: "a máquina" de joão falcão, com mariana ximenes e "querida wendy", com roteiro de lars von trier. gostei de ambos. e tou lendo um livro chamado norwegian wood, mas depois falo dele.

mas assim: cadê isabella hein? zabé? tu tá aqui? favor deixar recado, certo? grata pela preferência.

meninas eu vou indo. combinem o dia da gente se encontrar no msn ok?

beijos a todas!

gio.

ps: eu pensei em postar parte desse email no blog.. post tipo "quebrei minha unha hoje". vocês se incomodam? eu tiro os trechos mais "intimistas" hehehe. sabem como é: inspiração escassa..




precisa comentar? não né? beleza então.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Tem dias que bate uma nostalgia braba na vida da pessoa.

Don't you cry tonight
I still love you baby
Don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
Don't you cry tonight

Como se ouvir essa musica não fosse suficiente, quando acaba a fita (sim, a fita) do Guns você coloca a fita (sim, a fita; outra) da Legião pra tocar.

Todos os dias
Quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo
Do mundo

É uma situação complexa.

Quando eu tinha treze anos, eu ficava deprê com essas duas musicas. A primeira porque me lembrava de um amor platônico que eu cultivava desde os oito (!) anos com uma perseverança cega que me impressiona até hoje. A segunda porque me fazia pensar no dia em que eu já não poderia mais ingenuamente pensar que eu tinha todo o tempo do mundo porque eu era tão jovem. E as duas juntas ao mesmo tempo agora porque eu tinha certeza (hahaha) de que quando eu fosse gente grande eu não sofreria mais por amor (hahaha).

Quando eu tinha treze anos, eu achava que chegaria um tempo em que os problemas teriam fim. Quando eu tinha treze anos eu era uma grandessíssima tonta.

Acho que ainda sou.

Quando eu tinha treze anos eu sofria desde os oito (!) por conta da total ignorância de Fred com relação à minha pessoa. Pior. Porque se ele efetivamente me ignorasse de todo, eu ainda teria a possibilidade de me apegar à chance de que um dia ele olharia pra mim. Mas não. Ele não efetivamente me ignorava de todo. Ele sabia quem eu era. E ele até gostava de mim e era atencioso e educado. Problema é que eu era a melhor amiga da irmã caçula dele. Problema dos grandes. Eu era filha de grandes amigos dos pais deles e nossas famílias eram da mesma cidade. Ele praticamente me viu nascer. Era esse o problema. Dos grandes. Eu era alguém na vida dele sim. Alguém de certa forma importante. Que merecia respeito e carinho. E só. E eu amava Fred com toda a força do meu coraçãozinho de criança e mais tarde de pré-adolescente. E isso durou dos oito (!) aos treze anos. Sem que eu conseguisse achar graça em outro menino qualquer do universo. E eu vi Fred se apaixonar e azarar e namorar outras meninas. Que pra mim eram as mais felizes e sortudas de todas. Todos eles ¿ Fred e suas namoradinhas ¿ lá em cima no alto de um pedestal onde eu nunca conseguiria chegar.

Um dia eu cresci e Fred teve que morrer pra mim. Teve né? Porque a fila anda. Sempre anda. Tem que andar. Depois a gente se reencontrou e eu namorei um amigo dele e a gente se perdeu de novo e se reencontrou e a mesma coisa um monte de vezes. Aí ele sumiu no mundo. Quer dizer. Eu sempre soube onde ele estava. Que eu sou muito amiga da irmã caçula dele até hoje. Mas ele sumiu da minha vida de vez. Por um longo tempo.

Aí, em julho passado, tou eu perambulando de bar em bar na feirinha de Tambaú em companhia de Brubru e Dridri e com quem eu dou de cara? Pois foi. E essas lembranças todas me vieram à cabeça na hora em que eu vi Fred surgindo no fim da rua. Eu não pude me impedir de abraçá-lo apertado. Depois de perceber o tamanho da afeição que eu sinto por ele até hoje. Trocamos umas frases e depois fomos cada um pra um lado. Mas eu continuei sorrindo pelo resto da noite. Porque eu entendi. O quanto Fred foi importante pra mim. Por mais tonta que eu tenha sido por tanto tempo.

Fred me fez acreditar por anos e anos que chegaria o dia em que eu não mais sofreria por causa de amores contrariados. Me fez acreditar que um dia eu encontraria alguém especial e me apaixonaria e decidiria dividir a vida com essa pessoa e casaria e faria planos.

Bem.

Assim foi. A diferença é que eu achei - eu sempre achei - que nesse dia eu deixaria de sofrer e de me perguntar se era isso e de querer morrer às vezes.

E era tudo mentira. Essas coisas todas nas quais eu acreditei. Que eu deixaria de sofrer e tudo mais. Porque ninguém deixa.

Pelo menos eu acho que não. E eu acho também que se a pessoa deixa de sofrer e de se perguntar se é isso e de querer morrer às vezes é porque a pessoa já morreu e nem notou.

Bonito falar né?

Mas quem foi que disse que é bacana sofrer?