quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Hoje foi a festa de aniversario da Mariana, colega de classe e amigona do peito de João. Seria uma festa como outra qualquer se eu não tivesse telefonado de manhã pra casa dela e falado com a mãe dela. Não sei muito bem porque me ofereci pra ajudar se ela precisasse. E pasmem: ela aceitou.

Agora deixa eu abrir um parênteses meio grande aqui.

Eu me considero uma pessoa bem sociável. Quem me conhece pode confirmar. Não sou nada bicho-do-mato, nada tímida, nada acanhada, nada disso. Às vezes me acho até intrometida e faladeira demais. Isso já me deu dores-de-cabeça, claro, mas trouxe mais coisas boas do que ruins. Hoje posso me gabar de ter montes de amigos, e o que é melhor, bons amigos e amigos de verdade. Fora o outro monte de colegas e conhecidos. E isso se deveu em grande parte ao fato de eu ser extrovertida e gregária. Taí uma das coisas das quais me orgulho.

Pois bem. Quando eu soube que viria pra Campinas foi o caos. Eu tinha uma porção de coisas da minha vida acertadas em João Pessoa, e me mudar significa abrir mão delas. Claro que eu pretendia sair da terrinha um dia, mas não achava que aquele fosse o momento certo. No fim das contas acabei vindo, assim a contra-gosto mesmo. Achei que o difícil seria refazer os planos e sonhos, como falei a uns dois posts atrás, e que o resto se ajeitaria com o tempo. Nem por um momento me passou pela cabeça que eu teria problemas de "inclusão social" aqui.

Pois bem. Eu tive. Eu tenho. Muitos.

Não sei exatamente o que é. Já queimei muito os neurônios pensando nisso e desisti de achar uma resposta. O fato é: eu não consigo fazer amigos em Campinas. Não importa que esforço eu faça. De um jeito ou de outro as coisas acabam azedando.

Seria fácil dizer que os campineiros são chatos e coisa e tal. Mas seria reduzir e simplificar demais as coisas e isso não é nada verdade. Talvez o problema seja realmente comigo. O que me intriga é que eu sempre acho que estou fazendo a coisa certa mas mesmo assim não funciona. E eu nunca descubro porque.

Por essas e por outras, viver em Campinas não tem sido fácil. Não sou nada acostumada com esse isolamento social. Pra piorar, não tenho nenhum membro da família por perto. Um drama enfim.

Fecha o parênteses.

Então hoje a mãe da Mariana, que é estrangeira em Campinas como eu (ela é capixaba), aceita minha ajuda e me convida pra participar da festa. Fiquei meio cabreira a principio, por causa do trauma. Mas chegando lá me senti à vontade e relaxei. Relaxei é modo de dizer, porque eram muitas crianças na festa e, como eu disse, eu fui mesmo pra ajudar. Cheguei totalmente moída em casa. Foi uma tarde agitada demais essa. Mas eu me diverti e me senti menos sozinha. E vocês não fazem idéia da importância que isso tem pra mim nesse momento.



Inutilidade publica: é amanhã a (uma das, na verdade) entrevista de Guiom lá em Petrópolis. Nem estou aflita que eu sei que não adianta. Não depende nada de mim esse resultado, embora ele vá mudar minha vida toda de novo. Esperar é preciso. Tic tac tic tac..



O filme dessa semana foi radicalmente cult: Blood Simple - filme de estréia dos irmãos Joel e Ethan Coen. Eu adoro os Coen. Fargo, The Big Lebowski e The Man Who Wasn't There são pérolas do cinema americano pra mim. O que não quer dizer que figurem entre os meus favoritos, mas isso é outra conversa. Blood Simple é um ótimo filme, enxuto e bem escrito, tenso e agoniante como é típico da dupla de diretores/roteiristas/produtores. Mas tome sangue. E mortes. E corpos. E ambientes sombrios. E situações bizarras. Enfim, estamos falando dos Coen não? Pois.



Dando um tempo na busca por novidades musicais. Ouvindo os queridos de sempre: Placebo (Without You I'm Nothing - amo e venero) e The Killers (Hot Fuss - amo amo e venero venero) e P J Harvey (To Bring You My Love - amo amo amo e venero venero venero). Uma observação rápida: e num é que The Killers parece mesmo com The Cure?



Nesses tempos ociosos a carruagem da leitura passa depressa. Depois de Lavoura Arcaica li Extensão do Domínio da Luta de Michel Houellebecq (do qual eu prometi falar com calma) e agora decidi me dedicar aos russos. Comecei anteontem Pais e Filhos de Ivan Turguêniev e estou gostando muito. Aguardem comentários mais detalhados.


João está prestes a perder seu oitavo dente. E ele só tem seis anos. Mas o problema não é nem esse. O problema mesmo é que só nasceram três. E o menino já não comia bem hein.. imaginem agora..

11 comentários:

gio disse...

pq deuns 3 posts pra cá tu soh escreve os nomes dos filmes no original? o filme ser cult ainda vá lá, mas tu tb ser... :)

Bruno

gio disse...

somente porque os nomes traduzidos pra português são ridiculos e me dão raiva. sem falar que eu confundo tudo. blood simple por exemplo, tem um nome igual a outro filme mais recente. e é claro que eu não decorei. e não acho que isso seja ser cult.. ;)

Eu

gio disse...

Gio, minha querida, vc se importa se eu simplesmente deixar de escrever no meu blog, copiar os seus textos e assinar em baixo?
Assim minha vida ficaria muito mais simples. Claro que em baixo eu lhe daria os creditos...
Pense nisso!
Por exemplo? O seu terceiro paragrafo SOU eu.
E eu SEMPRE disse ao Andre que o The Killers parece muito com The Cure e ele nunca concordou. Vou mandar ele te ler hoje!!!!
Espero que o maridao se de bem na entrevista!
Beijocas e um otimo fim de semana!

Manu | Homepage

gio disse...

Ah, e Bruno, se e' cult ou nao colocar os titulos dos filme no original eu nao sei. O que sei e' assim me ajuda muito mais a encontrar os filmes que ela indica por aqui! hehehe

Manu | Homepage

gio disse...

Eu também acho difícil fazer amizade. Já vou me mudar do meu prédio e não consegui me enturmar com a vizinhança. Talvez não seja um problema de Campinas, mas da atualidade. Todo mundo anda mais isolado, instrospectivo, desconfiado. Ou meu humor é que continua ácido. Mas, se te serve de consolo, tens uma amiga virtual aqui em BH : euzinha !!!
Beijos

Fefê

gio disse...

Manu minina! copia que eu deixo! hahaha! so' tu mesmo pra querer copiar essas gigantosidades (hoje tou perita em invencionices linguisticas hein?).. pois quanto aos Killers era Guiom que sempre dizia isso a mim, até que um dia eu concordei! bjins querida!

Eu

gio disse...

Fefê: disseste uma verdade.. as pessoas andam muito mais cabreiras hoje em dia.. e muitissimo obrigada pela amizade virtual from BH! bjins pra tu!

Eu

gio disse...

entao nao custava botar o titulo em portugues entre parenteses, ou vice-versa. kd ailton p/ cobrar referencialidade? alias, kd ailton?

Bruno

gio disse...

Giozinha.. estou sem lar no mundo dos blogs. =/ Ah, como eu queria ser (mais) sociável, mais extrovertida, menos bicho-do-mato.. com certeza traria grandes benefícios. Manda um pouquinho pro meu email? heheh beijitos e boa sorte pro maridão. Ah, capricha na sopinha do joão!

PauLa

gio disse...

Bruno: beleza. proxima vez ponho o titulo original e também o titulo em português. e Ailton deve estar ocupando curtindo os dias de Milena em JP.

Eu

gio disse...

Paula! saudade grande de tu por essas bandas! virasse sem-teto foi? que pena.. adorava de coração teu blog.. e a sociabilidade eu mando por email sim que tou precisando me livrar um pouquinho dela hehehe.. bjins pra tu!

Eu