quinta-feira, 4 de dezembro de 2003

ATENÇÃO: POST GIGANTE (MAS É SOBRE JOÃO, VIU?)

Se você é mãe ou pai, você sabe bem como é. Se você não é, você deve lembrar de como era quando você era criança. Afinal, a vida é assim. Você nasce, um bebezinho gorducho que chora o tempo todo; você cresce um pouquinho e começa a pesar sobre você a coerção social. Você entra na escola. Primeiro, o maternal; é legal você canta e modela cobras com massinha. Depois vem o Jardim 1, aí o bicho pega. Não é mais só brincadeira, agora as aulas têm conteúdo.

Até que um lindo dia ela chega. Pesadelo de 11 entre 10 pais, ela vem; sorrateira, dissimulada, indefectível, inevitável. No começo, uma coisinha à toa... Você mal sabe que é só o início de uma tortura lenta, gradual e pentelha, que te perseguirá por longos anos.

No caso de João, não foi um início muito tranqüilo não. Esqueci de mencionar: João estuda numa escola supercabeça que eu amo, mas que às vezes força. (às vezes eu acho que grande parte da culpa por João ser assim tão figura é daquela escola; a outra parte deve ser minha culpa, claro; imagina, uma criança ter uma mãe assim como eu... não me perguntem como é ser uma mãe como eu, não sei conceituar, só acho que não sou uma mãe muito convencional não...).Enfim, retomando: a primeira tarefa de casa de João foi narrar a estória contida numa tirinha, era a de um burrinho que caía cansado de tanto carregar pedras (olha o conteúdo sócio-ideológico do negócio); depois disso a criança deveria construir uma balança com a mãe (ou o pai) para verificar o peso das coisas. Deu um trabalhão fazer uma balança com um cabide e pratos descartáveis, mas tudo bem; achei a tarefa bacana e fiquei animada. O problema é que depois começou a piorar. O clímax foi uma tarefa em que a criança deveria colar fotos do seu aniversário e refletir com os pais sobre a importância de celebrar a vida e a importância de existir, de estar aqui nesse mundo.

Ontem cheguei na escola e a professora de João me mostrou uma foto tirada durante uma aula; eles estão desenvolvendo um projeto chamado Vida de Peixe (cada semana é um projeto assim: Vida de Formiga, vida de Pedra etc...); então, a foto era de todo mundo deitado no chão com uma rede sobre eles, era uma vivência... A tarefa de ontem até que não era horrível não, contar uma estória depois de observar a figura; o problema é que João sim é horrível: contou uma estória de duas páginas. Mesmo assim, toda vez que escuto a frase Mãe tem tarefa de casa hoje, sinto calafrios.

7 comentários:

gio disse...

Duas páginas!!!! Pense num menino cheio de história na cabeça... Gio, teu filho é um talento, vai ser um roteirista cinematográfico!!! :P

Isabella

gio disse...

Sou muito suspeita pra falar de João. Tenho verdadeira loucura por esse Guri, sou apaixonada, alucinada mesmo. AMO AMO AMO. Se tivesse uma filha torceria pra que esse namoro saisse. Mas uma coisa eu sei: tendo um filho e morando em João Pessoa, vou fazer questão que ele estude nessa escola.

MIla

gio disse...

sim! vc tem um grande peso no fato de joao ser uma figura! hehehehehe

Bruno

gio disse...

Rapaz, todo mundo na rede... Ângulo meio trágico pra se ver a vida de um peixe. Vou parar de comer peixe a partir de agora, fiquei com pena. Ops! Por falar em pena, nada de galinhas tbm. Aliás, é Dina quem diz que não come bicho de duas patas?

ailton

gio disse...

Hehhehe. faz tempoq ue eu num venho aqui. Mas como sempre me surpreendo. hahah. João é muito figutra. Ohh boyzim de insight.

theo

gio disse...

pô, Theo, tu devia fazer um blog tbm pra maneter contato!

ailton

gio disse...

Minha mãe sentia calafrios quando eu tinha ensaio da orquestra infantil. Era proibido as mães assistirem o ensaio, mas a minha era requisitada pela maestrina, para poder me controlar... daí você vê o meu nível de agitação psicomotora... hehehehe

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