domingo, 23 de janeiro de 2005
Como quase todo mundo que lê esse blog deve saber, hoje é aniversário do meu querido amigo Bruno. Além de desejar tudo de bom que há no mundo pra ele, hoje e sempre, eu lamento imensamente não estar perto dele nesse dia pra beber todas e mais algumas, cantar juntos desafinando e inventar coreografias breguérrimas. Mesmo assim quero que ele saiba que um pedaço do meu coração está e estará sempre em JP com ele. Todos os bjins do mundo pra tu Brunito!
quarta-feira, 19 de janeiro de 2005
Hoje, aliás como sempre, chove na cidade de Campinas. Hoje, aliás como sempre ultimamente, estou cansada, não sei bem do que. Ontem passei mal duas vezes, com náusea e dor no estômago. De repente, bateu um pânico: caracas! Estamos sozinhos aqui! Todo mundo que sai de casa e vai morar longe está sozinho de certa forma. Certo, tudo bem. A questão é: para alguém como eu ¿ uma criatura forjada pela solidão ¿ estar sozinho é um tanto assustador. Ontem Guiom e João foram dormir e eu fiquei acordada rondando a casa escura. Li, liguei o computador, desliguei. Liguei pra minha mãe. Meu estômago doía mas não havia nada que ela pudesse fazer. Chorei, não sei bem por que. Eu cresci, sou maior de idade, vacinada, eleitora, casada e mãe de uma criança de cinco anos. Apesar de tudo isso, às vezes acho que fiquei perdida em algum lugar da minha infância, esperando até hoje ser resgatada e enfim entrar com o pé direito na maturidade.
Esse foi um final de semana legal, apesar de começar triste, com a partida da minha mãe. Descobrimos parques legais, passeamos em dois deles. Descobrimos também uma sorveteria bacana e uma barraquinha de caldo de cana (!) com um parquinho que João adorou. Conheci um casal amigo de Guiom e fiquei aliviada por me sentir menos socialmente isolada nessa cidade. Passeamos pelo centro e por alguns bairros legais e percebi que Campinas não é tão feia como parece à primeira vista.
Finalmente acabei de desarrumar as caixas e minha casa ganhou uma cara de casa de verdade. Estou começando a gostar dela. Andei tendo um monte de idéias de decoração e estou empolgada com isso. O problema é que no momento a grana anda curta e minhas idéias brilhantes vão ter que esperar um pouco.
Nossos eletrodomésticos não funcionam muito bem aqui por causa da voltagem diferente. Assim, estamos temporariamente sem ouvir cds, o que não é de todo mau pois isso faz com que eu ouça rádio de novo.
Assisti "Jogo de Sedução" ("Dot the I" ¿ Espanha, Inglaterra - 2003) e gostei muito. Achei que seria meio clichê, mas não, até me surpreendeu. A direção é do inglês Matthew Parkhill (estreante em longas) e a fotografia, ótima, do brasileiro Affonso Beato (ele fez a direção de fotografia de "Tudo Sobre Minha Mãe" de Pedro Almodóvar). Além do roteiro, o elenco é o melhor de tudo: Natalia Verbeke (de "O Filho da Noiva") e o lindo, maravilhoso, fantástico e extraordinário Gael Garcia Bernal (no papel de um brasileiro!). Não vou falar da trama, pra não tirar a graça. Recomendo, recomendo.
Terminei de ler "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" de José Saramago e confesso que fiquei bastante impressionada. Quando comecei a ler imaginei que seria um livro chocante, coisa e tal... Enganei-me redondamente. Saramago apenas dá um olhar diferenciado aos acontecimentos conhecidos da vida de Jesus e especula sobre o que tanto ele fez na adolescência (isso é a melhor parte). O livro tem passagens antológicas que eu adoraria comentar aqui, mas não irei fazer isso em respeito a Guiom, que está começando a ler o livro e me proíbe de falar dele. Prometo que quando ele terminar de ler eu faço meus comentários
.
João, sem mais nem menos, mudou de heróis preferidos. Agora ele tá nem aí pro Homem-Aranha e pros Power Rangers. O negócio dele no momento são os Cavaleiros do Zodíaco. Fica o dia inteiro me enchendo o saco; quer o cd, o dvd, a fantasia, tudo. E o pior, agora ele discute comigo o tempo todo, por qualquer coisa, porque eu estou sempre errada e ele sabe de tudo (palavras dele). Ontem ele ficou duas horas tentando me convencer de que se a avó dele mandasse um presente pelo correio, o presente chegaria na mesma hora aqui. Esgotados os meus argumentos ele me veio com essa:
- Ô mamãe, como tu é bobinha... nunca ouviu falar de teletransporte não?
Esse foi um final de semana legal, apesar de começar triste, com a partida da minha mãe. Descobrimos parques legais, passeamos em dois deles. Descobrimos também uma sorveteria bacana e uma barraquinha de caldo de cana (!) com um parquinho que João adorou. Conheci um casal amigo de Guiom e fiquei aliviada por me sentir menos socialmente isolada nessa cidade. Passeamos pelo centro e por alguns bairros legais e percebi que Campinas não é tão feia como parece à primeira vista.
Finalmente acabei de desarrumar as caixas e minha casa ganhou uma cara de casa de verdade. Estou começando a gostar dela. Andei tendo um monte de idéias de decoração e estou empolgada com isso. O problema é que no momento a grana anda curta e minhas idéias brilhantes vão ter que esperar um pouco.
Nossos eletrodomésticos não funcionam muito bem aqui por causa da voltagem diferente. Assim, estamos temporariamente sem ouvir cds, o que não é de todo mau pois isso faz com que eu ouça rádio de novo.
Assisti "Jogo de Sedução" ("Dot the I" ¿ Espanha, Inglaterra - 2003) e gostei muito. Achei que seria meio clichê, mas não, até me surpreendeu. A direção é do inglês Matthew Parkhill (estreante em longas) e a fotografia, ótima, do brasileiro Affonso Beato (ele fez a direção de fotografia de "Tudo Sobre Minha Mãe" de Pedro Almodóvar). Além do roteiro, o elenco é o melhor de tudo: Natalia Verbeke (de "O Filho da Noiva") e o lindo, maravilhoso, fantástico e extraordinário Gael Garcia Bernal (no papel de um brasileiro!). Não vou falar da trama, pra não tirar a graça. Recomendo, recomendo.
Terminei de ler "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" de José Saramago e confesso que fiquei bastante impressionada. Quando comecei a ler imaginei que seria um livro chocante, coisa e tal... Enganei-me redondamente. Saramago apenas dá um olhar diferenciado aos acontecimentos conhecidos da vida de Jesus e especula sobre o que tanto ele fez na adolescência (isso é a melhor parte). O livro tem passagens antológicas que eu adoraria comentar aqui, mas não irei fazer isso em respeito a Guiom, que está começando a ler o livro e me proíbe de falar dele. Prometo que quando ele terminar de ler eu faço meus comentários
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João, sem mais nem menos, mudou de heróis preferidos. Agora ele tá nem aí pro Homem-Aranha e pros Power Rangers. O negócio dele no momento são os Cavaleiros do Zodíaco. Fica o dia inteiro me enchendo o saco; quer o cd, o dvd, a fantasia, tudo. E o pior, agora ele discute comigo o tempo todo, por qualquer coisa, porque eu estou sempre errada e ele sabe de tudo (palavras dele). Ontem ele ficou duas horas tentando me convencer de que se a avó dele mandasse um presente pelo correio, o presente chegaria na mesma hora aqui. Esgotados os meus argumentos ele me veio com essa:
- Ô mamãe, como tu é bobinha... nunca ouviu falar de teletransporte não?
quarta-feira, 12 de janeiro de 2005
Estou há quase um mês vivendo sob o céu nublado do sudeste embora seja verão em todo o país. Pra falar a verdade estou um pouco cansada de tanta chuva, de tanto desarrumar caixas, de tanto tédio. Nosso carro quebrou, o que nos deixa mais ou menos presos em Vila Santa Izabel (nosso bairro), que não é lá essas coisas. Já providenciei as coisas mais importantes como a escola de João, quase todos os móveis, faxineira e tal. Nunca pensei que ser dona de casa fosse um troço tão difícil. Sim, porque uma coisa é ser dona de casa perto da minha mãe, com a lavadeira da minha mãe, a cozinheira da minha mãe e a faxineira da minha mãe à minha disposição quando eu precisasse. Outra coisa é ser dona de casa sozinha, só eu e a casa, a casa e eu. Por enquanto minha mãe está aqui, mas dia 15 ela vai embora e pensar nisso me dá cólicas. Aliás, tenho sentido cólicas diárias, mais ou menos pelos mesmos motivos: saudades de João Pessoa, saudades dos meus amigos de João Pessoa, saudades da minha família de João Pessoa, do meu cachorro, da minha praia de Cabo Branco, dos meus cineclubes, de tudo o que ficou longe de mim. Campinas é uma cidade que não me diz nada, não me provoca nenhuma emoção. Minha casa não é tão ruim quanto pensei, mas fica do lado de uma mata e isso a torna desnecessariamente fria. Estou certa de que, uma vez no inverno, congelaremos. Guiom está bem no emprego, fazendo o que gosta. Eu vou atrás do mestrado na Unicamp, mas só quando me der coragem. Passei o Natal e o Ano Novo no Rio. Legal, mas ninguém no mundo merece aquela cidade completamente lotada de turistas. Na volta pra Campinas enfrentei minha primeira chuva de granizo e fiquei assustada. Não sei quando voltarei à Paraíba mas espero que seja em breve. João não se conforma com a mudança e todo dia pede pra ir embora. Isso, é claro torna tudo muito mais difícil, mas estamos tentando sobreviver. Nesse minuto estou bem, mas a qualquer momento me vem uma tristeza pesada e lenta que demora a passar. Mesmo assim o mundo, pequeno como é, segue girando sem parar.
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