Fazia um tempo que não acontecia.
Muito tempo na verdade.
Então aconteceu essa semana.
Vontade de voltar aqui e abrir meu coração e chorar minhas pitangas como de hábito.
Sendo que dessa vez eu nem tenho tantas pitangas assim pra chorar.
A vida mudou.
Muito.
Mudou é pouco.
Deu cambalhotas várias nos últimos cinco anos.
Cambalhotas para o bem, deixa eu esclarecer.
Coisas boas aconteceram.
Coisas boas é pouco.
Revoluções aconteceram.
E eu me sinto mais feliz, mais em paz, mais viva, mais acordada agora do que há cinco anos atrás, quando eu vinha aqui abrir meu coração e chorar minhas pitangas por estar longe de casa, longe dos queridos, longe do mundo, longe do que eu sonhei pra mim mesma.
Eu diria que eu estou bem, enfim.
E isso de alguma maneira torta me fez perder a vontade insana e visceral de escrever aqui (abrindo o coração, chorando as pitangas, coisa e tal).
Questão é – essa semana eu tive a vontade insana e visceral de novo.
E eu nem sei explicar por que.
(Certo. Eu tenho pistas. Eu descobri um blog do qual eu gostei e que me lembrou de mim mesma no tempo das pitangas choradas aqui. E eu me senti triste. Incrivelmente triste num momento tão absurdamente feliz. Também por causa desse blog, mas não inicialmente. Mesmo assim, apesar das pistas, continuo sem por quês definidos.)
E aí me deu quase saudade.
Quase.
De um tempo em que eu tinha muitos motivos pra me sentir triste e chorar.
Porque, ora bolas, a verdade é que agora eu não tenho.
Mas eu me sinto triste e choro com mais freqüência do que eu sou capaz de tolerar mesmo assim.
Eu sei que parece não fazer nenhum sentido.
É só que eu precisa escrever isso aqui. Porque, e isso não mudou, somente escrevendo eu consigo entender o que se passa comigo.
A escrita, esse antigo e querido e confortável refúgio.
Ainda bem.